Empreendedorismo Pós Covid-19
Diminuição de clientes, queda na procura, impossibilidade de vender fisicamente e problemas na adaptação com novas tecnologias. Essas são algumas das dificuldades que compõem o cenário de crise que diversas empresas de pequeno e médio porte passam desde março, quando a pandemia do Coronavírus chegou ao Brasil e mudou a rotina do país.
Segundo levantamento feito pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às micro e pequenas empresas), ao menos 600 mil empresas fecharam as portas entre março e metade de abril. E o setor da moda está entre os três mais afetados, com queda de faturamento na casa dos 74%, menor apenas que os setores de turismo e economia criativa.
O grande problema é que as obrigações não param com a crise. "É crucial encontrar formas de continuar faturando, mesmo que num patamar menor. O setor da moda gera diversos empregos, muitos deles em regiões mais afastadas. É um grande impacto social e é preciso pensar em novas soluções para os próximos meses, como e-commerce e delivery.
O desafio de continuar faturando para cumprir obrigações obrigou negócios de moda a se reinventarem. A maioria das empresas de fast fashion e com capacidade de produção em larga escala continuou operando, mas com distribuição apenas via delivery. Ainda não está claro quando o comércio, que tem na vitrine uma de suas mais potentes formas de venda, poderá voltar a comercializar presencialmente.
A necessidade de entrega a domicílio forçou empresas a entrar, de vez, no mundo digital. Ateliês e lojas de bairro precisaram investir em marketing digital, como comunicação nas redes sociais, para seguir crescendo e alcançando os clientes. Mesmo depois da pandemia, essa deve ser uma realidade latente no setor, com a vitrine sendo substituída por postagens nas redes sociais e outras formas inovadoras de mostrar um produto ao consumidor.
Outra mudança é no formato da alta costura. Depois que a Federação Francesa de Alta-Costura e Moda anunciou que a semana de moda masculina de Paris, programada para 23 a 28 de junho, estava cancelada, marcas e estilistas tiveram que mudar seus formatos e pensar em novos jeitos de atingir o objetivo máximo de uma coleção: ser vista.
Numa pandemia com números ainda crescentes, tudo muda o tempo todo, o que torna o futuro ainda mais estável do que já é. Com foco no presente e ações práticas como as listadas, empresas de médio e pequeno porte e negócios criativos podem driblar a crise e até repensarem seus negócios para o "novo normal" que aguarda a todos após a pandemia.